Bela, a Feia: desgaste da fórmula explica o traço

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O fracasso de Bela, a Feia pode ser explicado pela história conhecida e a inevitável comparação com as outras versões da trama.

Grande aposta da Record para este ano, a novela amargou a pior estréia desde Cidadão Brasileiro (2006). O primeiro capítulo, exibido no dia 4 de agosto, das 20h30 às 21h40, registrou dez pontos de média.

Nas semanas seguintes, a audiência caiu. Bela, a Feia tem média de oito pontos desde sua estréia. A expectativa da Record era alcançar entre 15 e 20 pontos. As duas tramas anteriores, Promessas de Amor e Os Mutantes, registraram média de dez e 18 pontos, respectivamente.

Na última segunda-feira (7/9), a emissora mudou Bela, a Feia para às 20h15. Não deu certo. A novela registrou parcos cinco pontos – seu recorde negativo até agora. No dia seguinte, a trama ficou em terceiro lugar no Ibope. Perdeu para o Esquadrão da Moda. O reality show do SBT obteve sete pontos de média, com picos de dez, contra seis de Bela, a Feia.

Realizada em parceria com a mexicana Televisa, a novela teve um ampla campanha de divulgação. Bela, a Feia é a primeira trama da Record no Rio de Janeiro que é gravada em uma cidade cenográfica. Cada capítulo custa R$ 300 mil.

Executivos da Televisa colocam a culpa pelo mau desempenho no horário de exibição. Acreditam que às 19h é o ideal. A emissora brasileira resiste em mudar o horário do Jornal da Record para a exibição de Bela, a Feia.

O horário inadequado pode ser uma das justificativas do fracasso da novela. Estrear batendo de frente com a principal novela da Globo em sua reta final não é tarefa fácil. A mudança para às 20h15, como esta semana mostrou, dificilmente traria algum efeito positivo, afinal o Jornal Nacional é outro concorrente de peso.

Bela, a Feia tem suas qualidades. O elenco possui nomes conhecidos, com alguns bem inspirados. A dupla Magdalena (Laila Zaïd) e Elvira (Bárbara Borges) é ótima. Além disso, a Record revela apuro técnico cada vez maior na produção de novelas.

Mas o horário de exibição não é o grande culpado pelo fracasso.

A adaptação de Gisele Joras não é tão inspirada quanto as outras edições conhecidas do público brasileiro. O humor não é natural como na original colombiana Betty, a Feia ou nas versões mexicana (A Feia Mais Bela) e norte-americana (Ugly Betty).

Mesmo que a versão brasileira consiga evoluir e apresentar um texto primoroso, dificilmente a Record vai reverter a situação de Bela, a Feia. A fórmula está desgastada.

A história não é inédita para o telespectador brasileiro, que já acompanhou a trama original colombiana duas vezes na RedeTV! e a adaptação mexicana no SBT. Atualmente, pode assistir a versão norte-americana na emissora de Silvio Santos, no canal pago Sony e na internet.

Assim, as comparações são inevitáveis. Por mais que Giselle Itié se esforce, sua Bela Palhares não tem o mesmo carisma de Betty Solano (Ana Maria Orozco), Leticia Solis (Angélica Vale) e Betty Suarez (America Ferrera).

Outros nomes do elenco não deixam a desejar, mas ficam longe do apresentado pelas atrizes e atores das outras versões, especialmente quando lembramos da divertida dupla de vilões Marc St. James (Michael Urie) e Amanda Tanen (Becki Newton), de Ugly Betty.

Logo na primeira produção em parceria com a Televisa, se repete na Record o desastre que ocorreu no SBT. Ao menos a emissora da Barra Funda desistiu da versão nacional de Rebelde. Por que não aproveitar a sábia decisão e voltar a apostar em tramas originais?

Fonte: Poltrona TV

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